Este é outro músico espanhol. O forte de todas as suas músicas é as letras. Fagner, por exemplo, já gravou em português uma das músicas em que Joan musicalizou o poema de Antônio Machado "La Saeta". Hoje eu trago outro poema musicado: "Las nanas de la cebolla". A poesia dessa música, foi escrita na cela de prisao política de Miguel Hernández, dedicada ao seu filho nascido estando ele preso, quando sua mulher lhe contou, numa carta, que só tinham pao e cebola para comer.
Acalanto da Cebola
A cebola é geada,
Densa e pobre
Geada de teus dias
E de minhas noites.
Fome e cebola
Gelo negro e geada
Grande e redonda
No berço da fome
Meu filho estava
Com sangre de cebola
Amamentava-se
Mas seu sangue
Gelado de açúcar,
Cebola e fome.
Uma mulher morena
Resolvida em lua
Derrama-se, fio a fio
Sobre o berço.
Ria, criança,
Que eu te trago a lua
Quando for preciso.
Calandra de minha casa,
Ria muito.
No teu riso, nos teus olhos
A luz do mundo
Ría tanto
Que minha alma ao te ouvir
Bata no espaço.
Teu riso me faz livre,
Põe-me asas.
Solidões me tira,
Da prisão me arranca.
Boca que voa,
Coração em teus lábios
Relampagueia.
É o teu riso a espada
Mais vitorioso
Vencedor das flores
E calandras
Rival do sol
Porvir dos meus ossos
E do meu amor.
A carne latejante
Súbito o párpado,
O viver como nunca
Colorido.
Quanto pintassilgo
Sobe em vôo, bate asas
Desde o teu corpo!
Acordei de ser criança:
Nunca acordes.
Triste levo a boca:
Ria sempre.
Sempre no berço
Defendendo o riso
Pluma por pluma.
Ser de vôo tão pulsante
Tão estendido,
Que tua carne é o céu
Recém-nascido.
Se eu pudesse
Remontar-me à origem
Da tua carreira!
Ao oitavo mês você ri
Com cinco flores
Com cinco diminutas
Ferocidades.
Com cinco dentes
Como cinco jasmins
Adolescentes.
Fronteira dos beijos
Será amanhã,
Quando na dentadura
Sintas uma arma
Sintas um fogo
Correr pelos dentes
Buscando o centro.
Voe menino na dupla
Lua dos seios:
Eles, tristes de cebola,
Tu, satisfeito.
Não te derruba
Não saibas o que passa
Nem o que acontece.
A cebola é geada,
Densa e pobre
Geada de teus dias
E de minhas noites.
Fome e cebola
Gelo negro e geada
Grande e redonda
No berço da fome
Meu filho estava
Com sangre de cebola
Amamentava-se
Mas seu sangue
Gelado de açúcar,
Cebola e fome.
Uma mulher morena
Resolvida em lua
Derrama-se, fio a fio
Sobre o berço.
Ria, criança,
Que eu te trago a lua
Quando for preciso.
Calandra de minha casa,
Ria muito.
No teu riso, nos teus olhos
A luz do mundo
Ría tanto
Que minha alma ao te ouvir
Bata no espaço.
Teu riso me faz livre,
Põe-me asas.
Solidões me tira,
Da prisão me arranca.
Boca que voa,
Coração em teus lábios
Relampagueia.
É o teu riso a espada
Mais vitorioso
Vencedor das flores
E calandras
Rival do sol
Porvir dos meus ossos
E do meu amor.
A carne latejante
Súbito o párpado,
O viver como nunca
Colorido.
Quanto pintassilgo
Sobe em vôo, bate asas
Desde o teu corpo!
Acordei de ser criança:
Nunca acordes.
Triste levo a boca:
Ria sempre.
Sempre no berço
Defendendo o riso
Pluma por pluma.
Ser de vôo tão pulsante
Tão estendido,
Que tua carne é o céu
Recém-nascido.
Se eu pudesse
Remontar-me à origem
Da tua carreira!
Ao oitavo mês você ri
Com cinco flores
Com cinco diminutas
Ferocidades.
Com cinco dentes
Como cinco jasmins
Adolescentes.
Fronteira dos beijos
Será amanhã,
Quando na dentadura
Sintas uma arma
Sintas um fogo
Correr pelos dentes
Buscando o centro.
Voe menino na dupla
Lua dos seios:
Eles, tristes de cebola,
Tu, satisfeito.
Não te derruba
Não saibas o que passa
Nem o que acontece.
que lindo Paty....
ResponderEliminara propaganda da Nara surtindo efeito....rsss
bj. bj.
kkkkkkkkkk pior que é... doida a Nara, mas eu amo ela.
ResponderEliminaraê..Pati...amei a música...muito linda...
ResponderEliminareu também adoro essa música. me emociona sempre pensar no poeta preso (ele morreu na prisao) escrevendo pro seu filho que nao conhecia...
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