31 may 2009

Noches de Bodas

Joaquin Sabina


Noites de Bodas




Ai meu Deus, para que vim se nao é a mesma coisa vir que ir embora gritando



Veja Joaquim, senhor, que já se mexicanizou. Quem diz que não, quem diz que sim
Se vocês o vissem no México... aí anda “tequilando” com toda a mulherada, trazendo ela da asa. Eu vi com estes olhinhos que a terra há de comer.
Sim senhor, Joaquinzinho está me ouvindo? Ou achas que estou falando mal de ti meu amor? Eu te quero muito, meu amigo, desde o primeiro dia que nos vimos aqui em Madri e achei você legal, gostei de você por sincero. Me mandastes ao caralho, rapaz o que é isso? Estavas tratando comigo, tua amigaça, a Vargas. Nos tornamos muito amigos e fomos de festa. Todas as noites de lua serão para Joaquim e para mim





Que a maquiagem não apague teu riso,
Que a equipagem não lastre tuas asas,
Que o calendário não venha com pressas,
Que o dicionário detenha as balas,
Que as persianas corrijam a aurora,
Que ganhe o “quero” a guerra do “posso”,
Que os que esperam não contem as horas,
Que os que matam morram de medo.
Que o fim do mundo te pegue dançando,
Que o cenário me tinja os cabelos brancos,
Que nunca saibas nem como nem quando,
Nem centena voando, nem ontem nem amanha

Que o coração não passe de moda
Que os outonos te dourem a pele,
Que cada noite seja noite de bodas,
Que nunca se ponha a lua de mel.
Que todas as noites sejam noites de bodas,
Que todas as luas sejam luas de mel.

Que as verdades não tenham complexos,
Que as mentiras pareçam mentiras,
Que não te dêem a razão os espelhos,
Que aproveites olhar o que olhas.
Que não se ocupe de ti o desamparo,
Que cada ceia seja tua última ceia,
Que ser valente não seja tão caro,
Que ser covarde não valha à pena.
Que não te comprem por menos de nada,
Que não te vendam amor sem espinhos
Que não te durmam com contos de fadas
Que não te fechem o boteco da esquina.

Que o coração não passe de moda
Que os outonos te dourem a pele
Que cada noite seja noite de bodas,
Que nunca se ponha a lua de mel.
Que todas as noites sejam noites de bodas,
Que todas as luas sejam luas de mel.






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Entrevista de Joaquin Sabina para a revista Rolling Stones nº 19

- No recitado de "Noites de Bodas" Chavela Vargas diz que quando se conheceram você a mandou ao caralho. É verdade?

- Não exatamente. Mandei ela à merda (risos). Sabe por quê?

- Não.

- Pois porque eu a amo e conheço desde pequeno, e ela não me conhece desde pequeno (risos). Na noite em que nos vimos por primeira vez, em Madri, eu pedi a Pedro Almodóvar que me apresentasse a ela. Quando Pedro foi nos apresentar, observei que um dos seus violonistas dizia em seu ouvido que eu era muito famoso e tudo e mais. Então, me aproximei e disse: "Chavela, não sei como te dizer isto, te amo desde sempre, e te admiro". E ela me respondeu: "Eu também...". Foi aí que eu disse: "Vai à merda". "Por quê??". "Você acha que eu sou babaca?". E assim nos tornamos amigos.



Por El Boulevar De Los Sueños Rotos

Joaquin Sabina

“Bulevar dos sonhos perdidos” é uma música composta por Joaquim Sabina em homenagem a Chavela Vargas.

Isabel Vargas Lizano, conhecida como Chavela Vargas, nasceu em Costa Rica e fugiu para o México quando tinha 17 anos, adquirindo posteriormente a nacionalidade mexicana. Durante muitos anos cantou na rua até que, aos trinta, fez-se profissional da mão de José Alfredo Jiménez (e escritas por um tal José Alfredo), cantor e compositor de seus maiores sucessos.

A canção rancheira é um gênero musical cantado geralmente por homens. Chavela acostumava cantar canções por homens sobre seu desejo pelas mulheres. Vestia como homem, fumava tabaco, bebia muito (escapou de uma prisão de amor, de um delírio de alco, de mil noites em vela), usava um revólver e era reconhecida por seu característico poncho vermelho. Numa entrevista para a televisão colombiana no ano 2000, expressou abertamente que era lesbiana (mestiça ardente de língua livre).

Paloma Negra e Macorina são algumas das canções mais conhecidas de Chavela, que Joaquin Sabina usa para descrevê-las com suas próprias palavras.

“Paloma Negra és a prisão de um penar
Quero ser livre viver minha vida com quem eu queira
Deus, dê-me forças porque estou morrendo
De vontade de buscá-la”

“Bota a mão aqui, Macorina
Bota a mão aqui.
(...)
Depois do amanhecer que dos meus braços te leva,
E eu sem saber o que fazer daquele cheiro de mulher
De manga e cana nova com que me completaste
Ao som quente daquela música.”

Agustin Lara é um compositor mexicano de boleros. Chavela cantou muitas das suas canções.




Pelo Bulevar dos Sonhos Perdidos

No bulevar dos sonhos perdidos
Vive uma dama de poncho vermelho
Cabelos de prata e carne morena
Mestiça ardente de língua livre
Gata valente de pele de tigre
Com voz de luar de lua cheia.

Pelo bulevar dos sonhos perdidos
Passam os terremotos sem se deterem
E há uma tequila por cada dúvida.
Quando Augustin se senta ao piano
Diego Rivera, lápis em mão
Desenha Frida Kahlo nua.

Escapou-se da prisão do amor
De um delírio de alco
De mil noites em vela
Deixou o coração em Madri
Quem me dera saber rir
Como chora Chavela!

Pelo bulevar dos sonhos perdidos
Desconsolados vão os devotos
De Santo Antônio pedindo beijos
Ponha-me a mão aqui Macorina
Rezam teus fiéis pelas cantinas,
Paloma Negra dos excessos.

Pelo bulevar dos sonhos perdidos.
Molha uma lágrima antigas fotos
E uma canção caçoa do medo.
As amarguras não são amargas
Quando cantadas por Chavela Vargas
E escritas por um tal José Alfredo


Beatriz

NOTAS SOBRE “BEATRIZ”

Chico – Solo tiene gracia aceptar un encargo cuando puedes ser infiel a lo que fue encargado, cuando puedes tomar ciertas libertades. Cuando yo estaba haciendo las letras para las músicas de Edu Lobo, en el ballet “El Gran Circo Místico”, había un tema para la equilibrista que se llamaba Agnes, que dicho sea de paso es un lindo nombre, pero la letra no me salía. Entonces cambié “Agnes” por “Beatriz” y transformé a la equilibrista en actriz y la coloqué en el séptimo cielo, en homenaje a Beatriz Portinari, de Dante. Beatriz llevándose mis obsesiones….

Entrevista para la revista “Nossa América”, 1989.


Después de tantos caminos, los dos están perfectamente sincronizados y Edu ya no se aflige cuando Chico cae en lo que él llama “estado catatónico” – los ojos bien abiertos hacia el vacío y un aire distante. Son las turbinas de la creación entrando en funcionamiento, sabe Edu. Hubo un momento así cuando trabajaban la música “Beatriz”. Súbitamente, Chico quedó se desconectó, quedó “catatónico” por unos instantes - y entonces disparó hacia su casa. Al día siguiente, apareció con la letra, en la cual había delicadezas que todavía hoy impresionan a Edu, como la palabra “chão” correspondiendo a la nota más grave y “céu” a la más aguda.

Humberto Werneck, Gol de Letras, in Chico Buarque Letra e Música, Cia das Letras, 1989.

De interpretación difícil, en razón de su extensión vocal, de los intervalos melódicos y de las modulaciones, “Beatriz” ganó una grabación definitiva en la voz de Milton Nascimento, que afirma “Beatriz es mía”. Edu hizo la música en tiempo relativamente corto, con la “certeza de que iba a quedar bueno”, al contrario de Chico que demoró para completar la letra, siendo la composición una de las últimas a ser concluidas. La elección de Milton para intérprete fue resuelta de inmediato por los autores, pues sólo él, con la naturalidad que es capaz de hacer el traspaso de la voz normal hacia el falsete, podría grabar “Beatriz”. En el momento de la grabación, Milton quedó en el estudio apenas con el pianista Cristóvão Bastos y en la tercera toma cantó la versión elegida. Posteriormente, fueron agregadas pinceladas de cuerdas por el arreglista Chiquinho de Morais. Sin jamás entrar en los hits, “Beatriz” ganó prestigio a lo largo del tiempo, imponiéndose por su belleza como un clásico de la moderna música brasilera.

Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello
Libro: 85 anos da Música Brasileira Vol. 2, 1ª edición, 1997, editorial 34.


Beatriz

Edu Lobo - Chico Buarque/1982
Para el ballet O grande circo místico


Beatriz

Mira
Será que ella es joven
Será que ella es triste
Será que es lo contrario
Será que es pintura
El rostro de la actriz
Si ella baila en el séptimo cielo
Si ella cree que es de otro país
Y si ella memoriza su papel
Y si yo pudiera entrar en su vida.

Mira
Será que es de porcelana
Será que es de éter
Será que es locura
Será que es escenario
La casa de la actriz
Si ella vive en un rascacielos
Y si las paredes son hechas de tiza
Y si ella llora en el cuarto de un hotel
Y si yo pudiera entrar en su vida

Sí, llévame por siempre Beatriz
Enséñame a no andar con los pies en el piso
Para siempre es siempre por un tris
Ay, dime cuantos desastres hay en mi mano
Dime si es peligroso ser feliz

Mira,
Será que es una estrella
Será que es mentira
Será que es comedia
Será que es divina
La vida de la actriz
Si ella un día se precipita del cielo
Y si los pagadores exigen bis
Y si un arcángel pasa el sombrero
Y si yo pudiera entrar en su vida….

Amores perdidos en el mar....

Dos músicas sobre mujeres que se despidieron de su amor en el mar...

En el Muelle de San Blas
Maná



No Cais de São Blas

Sozinha no esquecimento
Sozinha com seu espírito
Sozinha no esquecimento
Sozinha com seu espírito

Ela se despediu de seu amor
Ele partiu em um barco no cais de São Blás
Ele jurou que voltaria
E molhada em pranto ela jurou que esperaria
Milhares de luas passaram
E sempre ela estava no cais
Esperando
Muitas tardes aninharam
Aninharam em seus cabelos
E em seus lábios

Usava o mesmo vestido
Para ele não se enganar
Os caranguejos mordiam
Suas roupas, sua tristeza e sua ilusão
E o tempo escorreu
E seus olhos se encheram de amanheceres
E do mar se apaixonou
E seu corpo enraizou
No cais

Sozinha
Sozinha no esquecimento
Sozinha
Sozinha com seu espírito
Sozinha
Sozinha com seu amor, o mar
Sozinha
No cais de São Blás.

Seu cabelo embranqueceu
Mas nenhum barco devolvia seu amor
E no povo a chamavam
Chamavam-na de louca do cais de São Blás
E uma tarde de abril
Tentaram levá-la ao manicômio
Ninguém a pôde arrancar
E do mar nunca, jamais a separaram

Sozinha
Sozinha no esquecimento
Sozinha
Sozinha com seu espírito
Sozinha
Sozinha com seu amor, o mar
Sozinha
No cais de São Blás.


Sozinha no esquecimento
Sozinha com seu espírito
Sozinha com seu amor, o mar

Sozinha
Sozinha no esquecimento
Sozinha
Sozinha com seu espírito
Sozinha
Sozinha com seu amor, o mar
Sozinha
No cais de São Blás.

Ela ficou
Ela ficou
Sozinha, sozinha
Ela ficou
Ficou
Com o sol e com o mar
Ficou aí
Ficou até o final
Ficou aí
Ficou, no cais de Sao Blás
Sozinha, sozinha, ficou




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Minha História
Chico Buarque
Composición: Lúcio Dalla / Paola Pallottino



Mi Historia

Él venía sin mucha conversa, sin mucha explicación
Sólo sé que hablaba, olía y gustaba del mar
Sé que tenía tatuaje en el brazo, dorado el diente
Mi madre se entregó a este hombre perdidamente
Y así cómo vino partió no se sabe hacia donde
Y dejó a mi madre con la mirada cada día más lejos
Esperando, parada, clavada en la piedra del puerto
Con su único viejo vestido cada día más corto.
Cuando por fin yo nací, mi madre me enrolló en un manto
Me vistió como si yo fuera así una especie de santo.
Pero por no recordar canciones de cuna, la pobre mujer
Me acunaba cantando canciones de cabaret
Mi madre no tardó a alarmar toda la vecindad
Al mostrar que allí había más que un simple niño
Y no sé bien, si por ironía, o si por amor
Resolvió llamarme con el nombre de Nuestro Señor
Mi historia y ese nombre que aún hoy cargo conmigo
Cuando voy a un bar, volteo la mesa, grito, bebo, peleo
Los ladrones y las amantes, mis colegas de vaso y de cruz
Me conocen sólo por mi nombre de niño Jesús



25 may 2009

Diálogos musicales

Dialogos:

Deixo aquí dois diálogos. Um deles cínico: “Pior para o Sol” de Joaquín Sabina, o outro sobre um amor de carnaval: “Noite dos Mascarados” de Chico Buarque.

Les dejo dos diálogos. Uno de ellos cínico: “Peor para el Sol” de Joaquín Sabina, el otro sobre un amor de carnaval: “Noche de los Enmascarados” de Chico Buarque


Peor para el sol
Joaquin Sabina



Pior para o Sol

- De que adianta você saber meu nome?
Cada noite tenho um diferente
E seguindo a voz do instinto
Lanço-me a buscar...

- ...Imagino, beleza, que um homem

- Algo mais... um amante discreto,
Que se atreva a me perder o respeito.
Não queres experimentar?
Moro justo virando a esquina,
Não me lembro se tenho marido.
Se me despes com arte o vestido,
Convido-te pro champanhe.

Soltei ao barman mil de gorjeta,
Apurei a cerveja de um gole,
Acertou quem de “Templo do Morbo”
Chamou este bar.

Pior para o sol
Que se mete às sete horas no berço
Do mar para roncar
Enquanto este servidor
Levanta a saia da lua.

Ao chegar à porta nos buscamos
Como dois estudantes no cio
Um andar antes do sétimo céu
O elevador abriu.
Serviu-nos para o último gramo
O cristal da sua foto de casamento
Não faltou nem o desfile de moda
Em roupa interior

- Em minha casa não há nada proibido
Mas não vá se apaixonar
Com o amanhecer terás que partir
Para nunca mais voltar.
Esquecendo que me conheceste
Que uma vez estiveste em minha cama.
Há caprichos de amor que uma dama
Não deve ter.

Pior para o sol
Que se mete às sete horas no berço
Do mar para roncar
Enquanto este servidor
Levanta a saia da lua.

- é melhor – eu pedi – que te cales:
Não gosto de investir em quimeras.
O que me trouxe até aqui foram teus quadris
Não o teu coração.

E depois, para quê mais detalhes?
Vocês já sabem... copos, risos, excessos
Como caberiam tantos beijos
Numa canção?

Voltei ao bar, na noite seguinte
A brindar com sua cadeira vazia
Eu pedi uma cerveja bem fria
E então não sei se sonhei
Ou era sua a ardente voz
Que ia me dizendo ao ouvido:

- Morria de vontade, querido
De te ver outra vez.

Pior para o sol
Que se mete às sete horas no berço
Do mar para roncar
Enquanto este servidor
Levanta a saia da lua.

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Noite dos Mascarados

Chico Buarque



Noche de los Enmascarados

- ¿Quién eres tú?
- Adivina, si te gusto.

Hoy los dos enmascarados buscan
Sus parejas preguntando así:

- Quién eres tú dímelo enseguida…
- que quiero saber tu juego…
- que quiero morir en tu grupo…
- que quiero arder en tu fuego.
- Yo canto serenatas, soy poeta y cantor
- El tiempo entero, me burlo del amor
- Tengo una pandereta
- Sólo quiero guitarra
- Yo nado en dinero
- No tengo un centavo
Soy porta estandarte, ya no sé bailar

- Yo, modestia aparte, nací para sambar
- Yo soy tan niña
- Mi tiempo ya pasó
- Yo soy colombina
- Yo soy pierrot

Pero es carnaval, no me digas quién eres tú
Mañana todo vuelve al normal
Deja terminar la fiesta, deja el barco correr
Deja que amanezca el día
Que hoy yo soy de la manera que me quieras
Lo que tú me pidas, te doy
Sea quien tú seas, sea lo que Dios quiera

Eu te amo

Tom Jobim - Chico Buarque/1980


SOBRE “EU TE AMO”

La canción “Eu te Amo” (1980), evidencia el cuidado formal presente en la obra de Chico Buarque (…). Aunque no haya rigidez en el proceso formal, se observa la preocupación de mantener en las siete estrofas el efecto estético sonoro-visual, cuya elaboración prescinde de la parte musical. La canción compuesta en conjunto con Tom Jobim (quien hizo la melodía), revela un alto nivel de perfección artística e integración completa – aunque no disociable – entre letra y música.

La temática del relacionamiento amoroso revela un “yo” confinado, consciente de la pérdida de individualidad frente al amor como un proceso de continuidad del ser humano. El amor es tomado en su sentido de comunión entre los seres, lo que implica la intemporalidad (“perdemos la noción de la hora”) y la angustia frente a la amenaza de discontinuidad, de separación entre dos seres que se convierten en uno sólo (“Cuéntame ahora como debo partir”)

(…)


“Somos seres discontinuos, individuos que aisladamente mueren en una aventura ininteligible pero que tienen la nostalgia de la continuidad perdida. Soportamos mal la situación que nos ata a la individualidad de esa precariedad, tenemos la obsesión de una continuidad primacial que al ser generalmente nos una”.

(…)



Yo te amo

Ah, si ya perdimos noción de la hora
Si juntos ya desechamos todo
Cuéntame ahora como he de partir
Ah, si al conocerte
Empecé a soñar, a desvariar
Rompí relaciones con el mundo, quemé mis naves
Dime ahora donde puedo ir aún.
Si nosotros, en las travesuras de las noches eternas
Ya confundimos tanto nuestras piernas
Dime con qué piernas yo debo seguir.
Si tiraste nuestra suerte por el piso
Si en el desorden de tu corazón
Mi sangre se equivocó de vena y se perdió.
Como si en el desorden del armario
Mi saco abraza tu vestido
Y mi zapato aún pisa el tuyo
Cómo, si nos amamos como dos paganos
Tus senos aún están en mis manos
Explícame con qué cara voy a salir.
No, creo que estás sólo haciendo de cuenta
Te di mis ojos para que los cuidaras
Ahora cuéntame como he de partir.



23 may 2009

O Meu Amor

Chico Buarque

Esta música pertenece a la obra teatral "A Ópera do Malandro". El contexto de la música es el siguiente:

Max, el malandroestá preso. Teresinha (su mujer) y Lúcia (enamorada de Max e hija del comisário) se encuentran en la cárcel y discuten sobre el amor de Max.

(Opera do Malandro 1979)



Mi amor

Mi amor
Tiene una manera mansa de ser que es sólo suya
Y que me deja loca
Cuando me besa la boca
Toda mi piel se estremece
Y me besa con calma y profundo
Hasta que mi alma se siente besada

Mi amor
Tiene una manera mansa de ser que es sólo suya
Que roba mis sentidos
Viola mis oídos
Con tantos secretos
Lindos e indecentes
Después juega conmigo
Se ríe de mi ombligo
Y me clava los dientes.

Yo soy su mujer, ¿sabes?
Y él es mi muchacho
Mi cuerpo es testigo
Del bien que él me hace.

Mi amor
Tiene una manera mansa de ser que es sólo suya
De dejarme loca
Cuando me roza la nuca
Y casi me lastima con la barba por hacer
Y de apoyar los muslos
Entre mis muslos cuando él se acuesta.

Mi amor
Tiene una manera mansa de ser que es sólo suya
De hacer rodeos
De besarme los senos
De besarme el vientre
De dejarme en brasa
Disfruta de mi cuerpo
Como si mi cuerpo
Fuese su casa.


Yo soy su mujer, ¿sabes?
Y él es mi muchacho
Mi cuerpo es testigo
Del bien que él me hace.


Nota: Se incluye el tramo de película que contiene la música "O meu amor", en lugar de colocar simplemente un video musical. Considero que la representación complementa el caracter de la canción.


21 may 2009

Sozinho

Composición: Peninha
Intérprete: Caetano Veloso



Solo

A veces en el silencio de la noche
Me quedo imaginándonos a nosotros dos
Quedo allí soñando despierto
Juntando el antes, el ahora y el después
Por qué me dejas tan suelto?
Por qué no te pegas a mí?
Me siento muy solo.

No soy ni quiero ser tu dueño
Pero un cariño a veces cae bien
Yo tengo mis deseos y planes secretos
Sólo te los enseño a ti y a nadie más
¿Por qué me olvidas y desapareces?
¿Y si yo me intereso en alguien más?
¿Y si ella de repente me gana?

Cuando uno quiere
Es claro que uno cuida
Dices que me amas
Pero de la boca hacia fuera
O me engañas
O no estás madura
¿Dónde estás tu ahora?






Preciso Aprender a Ser Só.

En la década de 1970, Gilberto Gil, entonces poeta, dio vuelta el sentido de una hermosa canción y arrancó de allí la inversión preciosa que abriría un territorio de significado renovado: necesito aprender a ser solo, se convirtió en necesito aprender a sólo ser. A la generosa, aunque binaria, dialéctica del vivir-con y del vivir-solo, se viene a sumar entonces, como un regalo del poeta la fórmula delicada del sólo-vivir

(Sergio Basbaum)



Preciso Aprender a Ser Só
Composição: Marcos Valle/Paulo Sergio Valle
Intérprete: Elis Regina

Necesito Aprender a Ser Solo

Ah, si te pudiera hacer entender
Sin tu amor no puedo vivir
Y sin nosotros dos sólo quedo yo
Yo, así tan solo
Necesito aprender a ser solo
Poder dormir sin sentir tu calor
Y ver que fue sólo un sueño y que se fue.

Ah, el amor
Cuando es demasiado, al terminar se lleva la paz
Me entregué sin pensar
Que la nostalgia existe y si viene
Es tan triste vivir
Mis ojos lloran la falta de los tuyos
Esos ojos tuyos que fueron tan míos
Por Dios, entiende que así yo no vivo
Yo muero pensando en nuestro amor.





Eu Preciso Aprender a Só Ser
Composición: Gilberto Gil
Intérprete: Renato Braz

Necesito Aprender a Sólo Ser

Saben
Son tantas cosas que hay que saber
Qué cantar, como andar, donde ir
Qué decir, qué callar, a quien querer

Saben
Son tantas cosas
Que me deja incómodo
Soy yo solo y ese nudo en el pecho
Ya deshecho en lágrimas que lucho para esconder

Saben
Yo sé que en el fondo el problema es sólo nuestro
Es sólo del corazón decir no, cuando la mente
Intenta llevarnos a la casa del sufrir.

Y cuando escucha un samba-canción
Así como: “Yo necesito aprender a ser solo”
Reaccionar y oír al corazón responder:
“Yo necesito aprender a sólo ser”




Un vestido y un amor

Esta música é de Fito Páez... fui traduzir e descobri que já existe uma versao em português.
Deixo as duas aqui, original e a versao em português.... mas também deixo a traduçao literal por conta das pequenas diferenças que existe em adaptaçoes por conta da métrica e da rima dos versos.

Fito Paez



Um vestido e um amor

Te vi
Reunias margaridas da toalha
Já sei que te tratei bastante mal
Não sei se eras um anjo ou um rubi
Ou simplesmente, te vi.

Te vi
Saíste entre as pessoas para cumprimentar
Os astros riram outra vez
A chave de mandala quebrou-se
Ou simplesmente te vi

Tudo o que eu diga está de mais,
As luzes sempre acendem na alma
E quando me perco na cidade
Você já sabe entender
É só um momento, só isso
Teria que chorar ou sair para matar.
Te vi, te vi, te vi
Eu não procurava ninguém, e te vi.

Te vi
Fumavas maconha em Madri
Há coisas que ajudam a viver
Não fazias outra coisa que escrever
E eu simplesmente te vi

Fui embora
Eu vou de vez em quando a algum lugar
Já sei que você não gosta deste país
Tinhas um vestido e um amor
E eu simplesmente te vi

Tudo o que eu diga está de mais,
As luzes sempre acendem na alma
E quando me perco na cidade
Você já sabe entender
É só um momento, só isso
Teria que chorar ou sair para matar.
Te vi, te vi, te vi
Eu não procurava ninguém, e te vi.


Raimundo Fagner

20 may 2009

Tu Reputacion

Ricardo Arjona



Tua Reputação

Tua reputação são as seis primeiras letras dessa palavra
Levar-te à cama é mais fácil que respirar
Teu telefone é de total domínio público
E teu colchão tem mais marcas
Que uma praia em pleno verão
Já fizeste amor mais vezes que minha avó
E ainda nem terminas os estudos
E mesmo sabendo que não é o melhor partido
Diz pra mim quem pode contra o cupido
E se eu não fui um monge
Por que vou te exigir ser santa

Se o passado te ensinou a beijar assim
Bendito seja o que esteve antes de mim
Não é dama a que se abstém
Dama é a que de detém quando encontra
O que encontraste aqui.
Se o passado te ensinou a me tocar assim
Benditos os que estiveram antes de mim
Se outros foram tua escola
Eu serei tua formatura
Quando incluas na cama o coração.

Dizem por aí
Que tua fama terrível de ligeira
Veio me pintar um par de cornos
Na cabeça
Que tenho que te tirar do bairro e do país
Se é que quero dar a esta história um final feliz
Se soubessem a ternura imensa que há em ti
E tudo o que fazes por mim
Saberiam que o caminho andado antes daqui
Era preparado para mim
Venha e me abrace sem medo
E me dê um beijo à saúde dos fofoqueiros

Se o passado te ensinou a beijar assim
Bendito seja o que esteve antes de mim
Não é dama a que se abstém
Dama é a que de detém quando encontra
O que encontraste aqui.
Se o passado te ensinou a me tocar assim
Benditos os que estiveram antes de mim
Se outros foram tua escola
Eu serei tua formatura
Quando incluas na cama o coração.



Insensatez

Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes



Insensatez

La insensatez que hiciste
Corazón descuidado
Hizo llorar de dolor
Tu amor
Un amor tan delicado
Ah, por qué fuiste así tan débil
Así tan desalmado
Ah, corazón mío que nunca amó
No merece ser amado

Ve, corazón mío, oye la razón
Usa sólo sinceridad
Quien siembra viento,
dice la razón
Cosecha siempre tempestades
Ve, mi corazón pide perdón
Perdón enamorado
Ve porque quien no pide perdón
No es nunca perdonado.



A Felicidade

Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

“A Felicidade”, junto con “Manhã de Carlaval”, son los temas principales de la banda sonora de la película “Orfeu Negro”, una co-producción franco-brasilera en que se relata el mito de Orfeo insertándolo en el ambiente de la favela carioca en época de carnaval.
Orfeu Negro está inspirada en la obra teatral “Orfeu da Conceiçao” de Vinicius de Moraes, quien realizó la adaptación para el libreto.

Argumento

La bella Eurídice llega a Río de Janeiro en vísperas de su famoso carnaval, donde será acogida por una prima que vive en un arrabal de favelas de la ciudad. Se acerca allí, entre el frenesí de la samba por las calles, en un tranvía cuyo conductor, un músico llamado Orfeo, héroe popular del lugar por el poder de seducción de sus canciones, se fija en sus encantos. Sin embargo, la relación de este con ella se verá afectada por las sospechas de su celosa novia. La pasión los sumergirá en el trance vertiginoso del carnaval, que a su vez los arrastrará a un desenlace fatídico. Como en el mito griego, Orfeo, aun siendo capaz de hacer levantarse el sol con su música y su canto, y de embelesar a todos los que lo oyen, no consigue realizar su amor.



La Felicidad

Tristeza no tiene fin,
Felicidad sí lo tiene

La felicidad es como la pluma
Que el viento va llevando por el aire
Vuela liviana
Pero tiene vida breve
Necesita que haya viento sin parar

La felicidad del pobre parece
La gran ilusión del carnaval
La gente trabaja el año entero
Por un momento de sueño
Para hacer el disfraz
De rey o de pirata o jardinera
Para que todo termine el miércoles

Tristeza no tiene fin,
Felicidad sí lo tiene

La felicidad es como la gota
De rocío en un pétalo de flor
Brilla tranquila
Después despacio oscila
Y cae como una lágrima de amor

La felicidad es algo bueno
Y muy delicado también
Tiene flores y amores
De todos colores
Tiene nidos de pajaritos
Todo lo bueno ella tiene
Y es por ser así tan delicada
Que yo la trato siempre muy bien

Tristeza no tiene fin,
Felicidad sí lo tiene

Mi felicidad está soñando
En los ojos de mi enamorada
Es como la noche pasando, pasando
Buscando la madrugada
Hablen bajo por favor
Para que ella despierte alegre como el día
Ofreciendo besos de amor

Bailando Con Tu Sombra

Composição: Victor Heredia
interpretaçao:
Abel Pintos

Esta música ganhou dois prêmios de melhor composição internacional no Festival de Viña del Mar. O primeiro prêmio foi a primeira vez que se apresentou essa canção. O segundo prêmio foi o reconhecimento à melhor música internacional dos últimos 10 anos, outorgado neste último festival em que o festival cumpria 50 anos de vida.

De acordo ao seu compositor, Victor Heredia, a canção foi composta inspirada na história que contaram os presos comuns durante uma visita dele à prisão. Os presidiários relataram o caso de um condenado que assassinou sua mulher e se encontrava preso pelas “duas condenas, a que impõe a justiça, e a da sua própria consciência”, afirmavam que ele dançava na cela com a esposa morta




Dançando com a tua sombra

Quem poderá te amar como eu te amo amor.
Quem, pergunto eu, quem poderá te amar como eu
Sempre o dizias e me amarravas à tua pele
Com ramalhetes de beijos escutávamos cair
Sobre os tetos de chapa
A chuva de outono em abril.

Tenho essa saudade de domingo por chover
De violão quebrado, de enferrujado carrossel
Ai, Aleli, coitado de mim.

Eu te despia para ver como era o mar
E o mar se enrolava em meus desejos de voar
Íamos tão longe que esquecíamos voltar
Traía-nos o anjo cego do amanhecer
E se deitava aos teus pés
Como um gato siamês.

Tenho essa saudade de domingo por chover
De violão quebrado, de enferrujado carrossel
Ai, Aleli, coitado de mim.

Esta noite quero que dancemos outra vez
A canção que o vento nos cantava no passado
Já saberá o inferno como fazer para aceitar
Que dance em minha cela com tua sombra sem parar
Como pude matar
Quem me fazia sonhar

Tenho essa saudade de domingo por chover
De violão quebrado, de enferrujado carrossel
Ai, Aleli, coitado de mim.


Papel Mojado

Joan Manuel Serrat e Tânia Libertad

Dedicado a todos os poetas que visitam o blog... com carinho.



Papel Molhado

Com rios, com sangue, com chuva ou orvalho

Com sêmen, com vinho, com neve, com pranto

Os poemas sabem ser, papel molhado.



16 may 2009

Cinco Siglos Igual

Leon Gieco



Cinco Séculos Igual

Solidão sobre ruínas, sangue no trigo
Vermelho e amarelo, nascente do veneno
Escudo, feridas, cinco séculos igual
Liberdade sem galope, bandeiras rasgadas
Soberbia e mentiras, medalhas de ouro e prata
Contra esperança, cinco séculos igual
Nesta parte da terra a história caiu
Como caem as pedras, inclusive as que tocam no céu
Ou estão perto do sol
Desamor desencontro, perdão e esquecimento
Corpo com mineral, povos trabalhadores
Infâncias pobres, cinco séculos igual
Lealdade sobre túmulos, pedra sagrada
Deus não chegou a chorar, sonho longo do mal
Filhos de ninguém, cinco séculos igual
Morte contra a vida, glória de um povo
Desaparecido é principio, é final
Lenda perdida, cinco séculos igual
Nesta parte da terra a história caiu
Como caem as pedras, inclusive as que tocam no céu
Ou estão perto do sol
É trevas com flores, revoluções
E mesmo que muitos não estejam, nunca ninguém pensou
Beijar-te os pés, cinco séculos igual.


Nos Bailes da Vida

Fernando Brant / Milton Nascimento



En los bailes de la vida

Fue en los bailes de la vida o em um bar
A cambio de pan
Que mucha gente buena puso el pie en la profesión
De tocar un instrumento y de cantar
No importando si quien pagó quiso oír
Fue así

Cantar era buscar el camino
Que termina en el sol
Tengo conmigo recuerdos de lo que yo era
Para cantar nada era lejos, todo tan bueno
Hasta el camino de tierra en la cabina del camión
Era así

Con la ropa empapada y el alma
Repleta de suelo
Todo artista tiene que ir donde el pueblo está
Siempre fue así, y así siempre será
Cantando me disfrazo y no me canso
De vivir, ni de cantar.