31 may 2009

Por El Boulevar De Los Sueños Rotos

Joaquin Sabina

“Bulevar dos sonhos perdidos” é uma música composta por Joaquim Sabina em homenagem a Chavela Vargas.

Isabel Vargas Lizano, conhecida como Chavela Vargas, nasceu em Costa Rica e fugiu para o México quando tinha 17 anos, adquirindo posteriormente a nacionalidade mexicana. Durante muitos anos cantou na rua até que, aos trinta, fez-se profissional da mão de José Alfredo Jiménez (e escritas por um tal José Alfredo), cantor e compositor de seus maiores sucessos.

A canção rancheira é um gênero musical cantado geralmente por homens. Chavela acostumava cantar canções por homens sobre seu desejo pelas mulheres. Vestia como homem, fumava tabaco, bebia muito (escapou de uma prisão de amor, de um delírio de alco, de mil noites em vela), usava um revólver e era reconhecida por seu característico poncho vermelho. Numa entrevista para a televisão colombiana no ano 2000, expressou abertamente que era lesbiana (mestiça ardente de língua livre).

Paloma Negra e Macorina são algumas das canções mais conhecidas de Chavela, que Joaquin Sabina usa para descrevê-las com suas próprias palavras.

“Paloma Negra és a prisão de um penar
Quero ser livre viver minha vida com quem eu queira
Deus, dê-me forças porque estou morrendo
De vontade de buscá-la”

“Bota a mão aqui, Macorina
Bota a mão aqui.
(...)
Depois do amanhecer que dos meus braços te leva,
E eu sem saber o que fazer daquele cheiro de mulher
De manga e cana nova com que me completaste
Ao som quente daquela música.”

Agustin Lara é um compositor mexicano de boleros. Chavela cantou muitas das suas canções.




Pelo Bulevar dos Sonhos Perdidos

No bulevar dos sonhos perdidos
Vive uma dama de poncho vermelho
Cabelos de prata e carne morena
Mestiça ardente de língua livre
Gata valente de pele de tigre
Com voz de luar de lua cheia.

Pelo bulevar dos sonhos perdidos
Passam os terremotos sem se deterem
E há uma tequila por cada dúvida.
Quando Augustin se senta ao piano
Diego Rivera, lápis em mão
Desenha Frida Kahlo nua.

Escapou-se da prisão do amor
De um delírio de alco
De mil noites em vela
Deixou o coração em Madri
Quem me dera saber rir
Como chora Chavela!

Pelo bulevar dos sonhos perdidos
Desconsolados vão os devotos
De Santo Antônio pedindo beijos
Ponha-me a mão aqui Macorina
Rezam teus fiéis pelas cantinas,
Paloma Negra dos excessos.

Pelo bulevar dos sonhos perdidos.
Molha uma lágrima antigas fotos
E uma canção caçoa do medo.
As amarguras não são amargas
Quando cantadas por Chavela Vargas
E escritas por um tal José Alfredo


2 comentarios:

  1. Saudade desse cantinho onde sempre encontro frases que adoro "roubar", pois, coincidentemente (vixe, escrevi essa palavra imensa corretamente?)sempre se encaixam em algum período da minha vida.

    "Quero ser livre viver minha vida com quem eu queira
    Deus, dê-me forças porque estou morrendo
    De vontade de buscá-lO”.

    Beijos, Paty!

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  2. Existem muitas músicas que, em um ou outro momento, nos tocam a alma. A arte está em saber encontrar a própria alma nas músicas que escutamos.

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